quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Indianismo e Regionalismo

Por : Leonardo Paes, Victoria Moreira e Maria Letícia



Na literatura brasileira, o termo Indianismo faz referência à idealização do indígena, por vezes retratado como herói nacional.
A primeira vaga da literatura e filosofia sobre a nacionalidade brasileira (a que podemos chamar "nacionalista" ou "indianista"), é marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, influências do medievalismo romântico, criação do herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação "geração indianista". O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores, destacam-se Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto.


O Indianismo apresenta várias fases:
              -      Indianismo barroco - Padre José de Anchieta;
              -      Indianismo arcádico - Basílio da Gama, autor do poema épico O Uraguai;
              -      Indianismo romântico - José de Alencar, na prosa, com os romances O GuaraniIracema e Ubirajara, entre outros; nas artes plásticas, Moema, de Victor MeirellesMarabá e O Último Tamoio, de Rodolfo Amoedo;
              -      Indianismo gonçalvino - Gonçalves Dias, na poesia, com poemas espalhados por vários livros, destacando-se I-Juca-Pirama, na qual relata a morte do último remanescente da tribo Tupi, devorado por índios da tribo dos Timbiras ; Marabá; bem como o inacabado Os Timbiras.

Conceito:

           Os heróis nacionais ajudaram a definir e a representa a identidade de um país. Os escritores românticos brasileiros compreendem isso e saíram em busca de personagens que pudessem compor o retrato literário da bravura d povo brasileiro. Na poesia indianista a escolha do índio como símbolo da nacionalidade foi muito influenciada pelo olhar dos viajantes estrangeiros que percorreram  o Brasil em expedições cientificas. O primeiro a abordar  o indígena em sua obra foi o poeta Gonçalves Dias. Dos versos de I-Juca Pirama, Canto do piaga, surge um índio de traços pouco particularizados, o que permite que se pareça mais facilmente com os brasileiros, mas sempre associado a virtude exemplares, como lealdade e coragem. O romance indianista cumpriu um claro projeto literário? Fornecer aos leitores brasileiros obras em que o passado histórico do país fosse reconstituído, quando possível, ou inventado, quando necessário. Nessas obras, o índio é elevado à condições de herói para atuar como personagem que representa o povo americano, ao mesmo tempo em que se comporta de acordo com os mais nobres princípios da sociedade burguesa tão valorizada pelo romantismo.
    Os romances indianistas trazem outra marca exemplar: a apresentação dos protagonistas é feita com base nas características da natureza exuberante. Assim, os traços nacionais ficam ainda mais reforçados, porque essas personagens não apenas nasceram no Brasil, mas são também exemplos vivos da belezas inigualáveis do país. A influencia européia nos textos que definem literariamente a identidade brasileira ocorre, portanto, em dois níveis: na definição dos símbolos dessa identidade e no meio de circulação, o folhetim. Essa representação da formação do povo brasileiro, que se faz da fusão de diferentes etnias, tem, no projeto indianista romântico, conotação positiva.

Momento Historico

       Os romances românticos no Brasil podem ser classificados como indianistas, urbanos ou regionalistas. No romace indianista, o índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade e era altamente idealizado. Como umsímbolo da pureza e da inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto com tudo isso, o indianismo expressava os costumes e a linguagem indígena, cujo retrato fez de certos romances excelentes documentos históricos.




Regionalismo



      Devido ao fato de a povoação do Brasil ter ocorrido em regiões distintas e distantes entre si (litoral nordestino, litoral fluminense e interior mineiro, por exemplo), o traço cultural de cada região influenciou o próprio desenvolvimento idiomático do português, ao longo da história. Em outras palavras, em cada região brasileira a língua portuguesa sofreu diferentes influências culturais, e por isto incorporou diferentes formas de expressão, o que aos poucos deu origem a diferentes dialetos, diferentes modos de expressar ou representar uma mesma idéia ou história, um mesmo sentimento ou conceito.
Costuma-se estudar o regionalismo a partir dos romances coloniais de José de Alencar e das poesias indianistas deGonçalves Dias, que no século XIX nascem daquela aspiração patriótica de fundar a nobreza do país em um passado mítico, estando muito presente o conceito de cor local nas obras.


Conceito:

O regionalismo traz para o centro do romance romântico as paisagens e os tipos de um Brasil desconhecido. Nessas obras, é apresentada uma sociedade rural de comportamentos e valores bem diferentes dos da corte. O país que emerge dos romances regionalistas configura-se como gigantesco na extensão e arcaico no costumes.A ficção romântica vai aos poucos conquistando o território nacional pelas mãos de escritores com José de Alencar, Alfredo d’Escragnolle Taunay, Franklin Távora e Bernardo Guimarães.
   Procurando fugir dos modelos importados da Europa, alguns dos escritores românticos decidiram usar suas narrativas para divulgar os aspectos locais ignorados por seus contemporâneos. Esse Brasil que surge das mãos dos escritores regionalistas é um país idealizado, construído por um olhar romântico. As obras regionalistas mostram mais retratos locais das pessoas e dos costumes do meio rural do que o quadro geral de uma época.

Momento Histórico:

O Brasil na década de 30 passava por uma série de mudanças visando à urbanização, porém ao mesmo tempo em que São Paulo e Rio de Janeiro se expandiam e modernizavam e tinham seus costumes influenciados pela cultura européia já a sociedade rural mantinha traços arcaicos.
Essa também era a época em que romances eram publicados em folhetins, portanto os autores mostrariam esse lado mais rural brasileiro, afastado do centro imperial que preservava a cultura e costumes anteriores para o centro que estava se expandindo.


Autores e Obras do Regionalismo e Indianismo:

   Autores e Obras do Regionalismo e Indianismo:
   
GONÇALVES DIAS
   Antônio Gonçalves Dias foi um poeta, advogado, jornalista, etnógrafo e teatrólogo brasileiro. Nasceu em 10 de agosto de1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá, a 14 léguas de (Caxias. Aos 41 anos morreu em um naufrágio do navio Ville Bologna próximo a região de Baixos dos Atins no município deTutóia, próximo aos Lençóis maranhenses, em 3 de novembro de 1864. Apesar de ser Advogado de formação é conhecido muito mais como Poeta e etnógrafo, tendo uma relevância para o teatro brasileiro, tendo escrito quatro teatrólogo. Teve uma atuação muito importante enquanto Jornalista.  Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o Indianismo.Por sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil à literatura nacional. 
Obras: 
Canção do Exílio in Primeiros Cantos.
Ainda uma vez – Adeus” in Cantos.
Sextilhas de Frei Antão in Segundos Cantos.
Seus Olhos
Os Timbiras
I-Juca-Pirama in Últimos Cantos.



JOSE DE ALENCAR
     José Martiniano de Alencar foi um jornalista, político,advogado, orador, crítico, cronista, polemista,romancista e dramaturgo brasileiro. Nasceu em Messejana, na época um município vizinho aFortaleza. A família transferiu-se para a capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso de Direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigoquestões de estilo. Formou-se em direito, em 1850, e, em1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em1856 publica o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani em (1857) que alcançará notoriedade. 
Obras: 
       Romances 
- MeuKior, 1856
- O guarani, 1857
- Diva, 1864
- Iracema, 1865
- A pata da gazela, 1870
- O tronco do ipê, 1871
- Til, 1871
- Sonhos d'ouro, 1872
- Alfarrábios, 1873
- Ubirajara, 1874 
- Encarnação, 1877
         Teatro
Verso e reverso, 1857
O Demônio Familiar, 1857
As asas de um anjo, 1858
Mãe, 1860
A expiação, 1867
O jesuíta, 1875



FRANKLIN TAVORA
        Franklin Távora (João F. da Silveira T.), advogado, jornalista, político, romancista, teatrólogo, nasceu em Baturité, CE, em 13 de janeiro de 1842, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de agosto de 1888. É o patrono da Cadeira n. 14, por escolha do fundador Clóvis Beviláqua.
OBRAS:
Os índios do Jaguaribe (1862);
A casa de palha (1866);
Um casamento no arrabalde (1869);
Os dramas Um mistério de família (1862)
Três lágrimas (1870).



BERNARDO GUIMARAES
      Bernardo Guimarães (B. Joaquim da Silva G.), magistrado, jornalista, professor, romancista e poeta, nasceu em Ouro Preto, MG, em 15 de agosto de 1825, e faleceu na mesma cidade, em 10 de março de 1884. É o patrono da Cadeira n. 5 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Raimundo Correia.
Obras:
O ermitão de Muquém (escrito em 1858 e publicado em 69);
Lendas e romances (1871);
O seminarista e Histórias e tradições de Minas Gerais (1872);
O índio Afonso (1873);
A escrava Isaura (1875);
Maurício (1877);
Rosaura, a enjeitada (1883).

Conclusão :

       Ambos os temas, indianismo e regionalismo, têm grande importância nacional. O indianismo mostra a beleza exuberante da natureza e o Brasil intocado pela civilização. O regionalismo formou uma identidade nacional. Contando vários tipo de Brasil, como os sertanejos do Nordeste e os vaqueiros dos Pampas. Ressalta os costumes regionais e a diferença das sociedades rurais com os comportamentos da corte. Deixaram também importantes obras indianistas como Iracema, Ubirajara e O Guarani de José de Alencar. E obras regionalista como O gaúcho, O tronco do ipê e o Sertanejo, também de José de Alencar.




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